O compositor, percussionista e cantor Mocotó é carioca da época dos cassinos. Tocou com Ataulfo Alves, Grande Otelo e outros, até desembocar em uma das fases mais criativas dos anos 60, quando o samba encontrou o jazz nos becos cariocas, ao lado de Simonal e Sérgio Mendes. Alí era criada boa parte das sonoridades e grooves tão revisitados hoje em dia. Foram os primeiros dos últimos 40 anos.
Em 1968, Nereu, Fritz e João Parahyba criaram um dos pilares da nova música brasileira, o Trio Mocotó, a banda residente da boate Jogral que acompanhou de Cartola a Duke Ellington. Com a ajuda de Jorge Ben, o Trio criou o tão em voga samba rock e daí em diante não pararam de gravar e se apresentar (incluindo uma sadia carreira internacional) até 1975, quando resolvem separar a banda.
Com a redescoberta do samba rock no final dos anos 90, o Trio Mocotó passa a ser um nome corrente entre qualquer banda/ DJ das nascentes noites dedicadas ao estilo. Animados com a revitalização do som da banda, resolvem voltar e gravar o disco “Samba Rock” lançado em parceria entre a YB Music e Ziriguiboom/ Crammed Discs. Com o lançamento, a lendária banda inicia uma série de shows pelo Brasil e exterior. Em 2003, voltam com mais um trabalho intitulado "Beleza Beleza Beleza", que traz Skowa no lugar de Fritz.
Após rodar com o mundo com o Trio Mocotó, a banda resolve entrar em férias e, exatamente nesta parada, Nereu recebe um convite que esperava há anos: gravar um disco solo. Resultado de 40 anos de parcerias e malandragem, “Samba Power” representa toda a versatilidade de Nereu, que trafega pelo lado mais tradicional do samba, sem deixar de lado os acentos mais modernos do gênero.
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